Tire suas dúvidas sobre Adesivos: protocolos contemporâneos de aplicação de ácido e adesivo

Autor: Alessandro Dourado Loguercio.

Com o aumento do número de estudos sobre o preparo da estrutura dental para melhor adesão de materiais odontológicos, novos protocolos e aplicações são estudadas, modificando antigas formas de aplicação, facilitando os passos clínicos e fornecendo melhores resultados. Acompanhar essas novas tendências é decisivo para utilizar da melhor maneira, os materiais odontológicos modernos e extrair os melhores resultados. As principais dúvidas dos dentistas são abordadas a seguir:

 

Você sabia que o tempo de condicionamento ácido na dentina tem diminuído?

É atribuído ao condicionamento ácido, um grande potencial de desmineralização, entretanto, existe muita dificuldade na penetração do adesivo pela camada de dentina desmineralizada. Quando se realiza o condicionamento ácido em dentina, ocorre também, a liberação de enzimas, que degradam as fibrilas de colágeno ao longo do tempo. Por estes motivos, o condicionamento ácido de dentina está caindo em desuso, caso venha a utilizar adesivo que necessita do uso prévio de ácido fosfórico, aplique por no máximo 5s em dentina.

1: Stape THS, Wik P, Mutluay MM, Al-Ani AAS, Tezvergil-Mutluay A. Selective dentin etching: A potential method to improve bonding effectiveness of universal  adhesives. J Mech Behav Biomed Mater. 2018 Oct;86:14-22.

2: Takamizawa T, Barkmeier WW, Tsujimoto A, Berry TP, Watanabe H, Erickson RL, Latta MA, Miyazaki M. Influence of different etching modes on bond strength and fatigue strength to dentin using universal adhesive systems. Dent Mater. 2016 Feb;32(2):e9-21.

Qual seria a opção para não utilizar ácido fosfórico na dentina?

Utilizar um adesivo autocondicionante, ou mais atualmente, um adesivo universal. Os adesivos universais contêm monômeros ácidos que fazem uma modificação superficial da camada de smear layer e dentina, formando uma camada híbrida de menor espessura, mas muito resistente, assim como acontece com os adesivos autocondicionantes. Como parte destes monômeros ácidos (MDP) se unem quimicamente ao cálcio da dentina (grupamento fosfato do MDP), não se faz mais necessário o condicionamento da dentina.

Infelizmente não são muitos os adesivos que contém MDP, porém toda a linha de adesivos da FGM contém e por isso são uma ótima escolha!

1: Hass V, Cardenas A, Siqueira F, Pacheco RR, Zago P, Silva DO, Bandeca MC, Loguercio AD. Bonding Performance of Universal Adhesive Systems Applied in Etch-and-Rinse and Self-Etch Strategies on Natural Dentin Caries. Oper Dent. 2019 Sep/Oct;44(5):510-520.

2: Siqueira FSF, Cardenas AM, Ocampo JB, Hass V, Bandeca MC, Gomes JC, Reis A, Loguercio AD. Bonding Performance of Universal Adhesives to Eroded Dentin. J Adhes Dent. 2018;20(2):121-132.

3: Loguercio AD, Muñoz MA, Luque-Martinez I, Hass V, Reis A, Perdigão J. Does active application of universal adhesives to enamel in self-etch mode improve their performance? J Dent. 2015 Sep;43(9):1060-1070.

4: Muñoz MA, Luque-Martinez I, Malaquias P, Hass V, Reis A, Campanha NH, Loguercio AD. In vitro longevity of bonding properties of universal adhesives to dentin. Oper Dent. 2015 May-Jun;40(3):282-92.

 

Como adesivos universais funcionam sob dentina que foi afetada por cárie ou erosão?

A dentina que sofreu erosão, por uma lesão de cárie ou por a ingestão frequente de líquidos erosivos é sempre mais difícil de ser aderida. Contudo, estudos recentes tem demonstrado que, como esta dentina já foi “atacada” e portanto está mais porosa, não se faz necessário usar o ácido fosfórico. A melhor maneira de ser realizada a adesão neste tipo de substrato é aplicando um adesivo universal com MDP no modo autocondicionante.

1: Hass V, Cardenas A, Siqueira F, Pacheco RR, Zago P, Silva DO, Bandeca MC, Loguercio AD. Bonding Performance of Universal Adhesive Systems Applied in Etch-and-Rinse and Self-Etch Strategies on Natural Dentin Caries. Oper Dent. 2019 Sep/Oct;44(5):510-520.

2: Siqueira FSF, Cardenas AM, Ocampo JB, Hass V, Bandeca MC, Gomes JC, Reis A, Loguercio AD. Bonding Performance of Universal Adhesives to Eroded Dentin. J Adhes Dent. 2018;20(2):121-132.

 

Por que estes novos adesivos são chamados de “universais”?

Este nome advém do fato de que, como estes materiais tem MDP na composição sugere-se que possam ser usados não apenas como sistemas adesivos de restaurações diretas, mas também como primer cerâmico/metálico sob a peça em restaurações indiretas, o grupamento fosfato do MDP se une a íons metálicos disponíveis na superfície das peças metálicas e cerâmicas e consegue uma adesão duradoura.

Entretanto, não necessariamente, significa que o adesivo universal tenha ”silano”. Existem adesivos universais que contém, porém, devido ao seu pH ácido, ocorre uma inativação deste silano. Em resumo: adesivos universais que contém silano não são confiáveis para serem usados com essa função! A linha de adesivos da FGM não tem silano dentro da composição do adesivo.

1: Perdigão J, Loguercio AD. Universal or Multi-mode Adhesives: Why and How? J Adhes Dent. 2014 Apr;16(2):193-4.

2: Yoshihara K, Nagaoka N, Sonoda A, Maruo Y, Makita Y, Okihara T, Irie M, Yoshida Y, Van Meerbeek B. Effectiveness and stability of silane coupling agent incorporated in ‘universal’ adhesives. Dent Mater. 2016 Oct;32(10):1218-1225.

 

É verdade que todos os adesivos universais são menos susceptíveis a variações de umidade?

Não é verdade. Para que o MDP se mantenha ionizado, é fundamental que estes materiais contenham água na sua composição. Isto faz com que se imagine que, se você seca mais a dentina, a água do próprio adesivo universal poderia reumedecer esta dentina. Por outro lado, se o dentista deixar a cavidade muito úmida e aplique um adesivo que contenha água, pode causar um excesso de umidade, o que seria prejudicial para a obtenção de uma camada híbrida resistente. Pode-se compensar este problema através de diferentes estratégias: uma delas está contida na linha de adesivos da FGM, a tecnologia APS. Já foi demonstrado que, com a utilização de adesivos com APS, que contém fotoiniciadores mais hidrófilos, atinge-se altos valores de grau de conversão, mesmo quando se tem um substrato muito úmido, como por exemplo, na região apical durante a cimentação de um pino de fibra de vidro.

Esta é uma vantagem importante da linha Ambar APS e Ambar Universal APS.

O alto grau de conversão no terço apical corrobora com os resultados de elevada adesão de AMBAR UNIVERSAL APS
O alto grau de conversão no terço apical corrobora com os resultados de elevada adesão de AMBAR UNIVERSAL APS

 

Excelente performance tanto para o especialista quanto para o clínico, em qualquer nível de umidade dentinária

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Quais outras vantagens da tecnologia APS?

Além de melhorar a polimerização dos adesivos Ambar APS e Ambar Universal APS, a tecnologia APS permitiu a produção de um adesivo transparente, devido a baixíssima concentração de canforoquinona. Isso é importante em restaurações estéticas, como laminados e facetas em que a espessura da peça é bastante fina. O uso de um adesivo “amarelado” poderia interferir na cor final da restauração. Ao optar por utilizar um adesivo transparente, como o Ambar APS e Ambar Universal APS o alcance de resultados de excelente estética é facilitado.

1: Oliveira OF Jr, Kunz PVM, Baratto Filho F, Correr GM, Cunha LFD, Gonzaga CC. Influence of Pre-Curing Different Adhesives on the Color Stability of Cemented Thin Ceramic Veneers. Braz Dent J. 2019 Jun;30(3):259-265.

Quais outras vantagens da tecnologia APS?

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