Término Dinâmico

O preparo protético vertical (em “zero”), também conhecido como BOPT (Biologically Oriented Preparation Technique)1 foi inicialmente idealizado para próteses sobre remanescentes dentários, com a premissa de um tratamento mais conservador e precursor de um tecido gengival saudável e estável.1,2

Vantagens biológicas: 1,2

  • Aumento da espessura gengival;
  • Aumento da estabilidade da margem gengival;
  • Possibilidade de crescimento coronal da margem gengival através da remodelação dos perfis de emergência.

Ainda, restaurações sobre dentes preparados com “término em zero” têm demonstrado que não sofrem maior influência das condições gengivais, em comparação com dentes naturais. 3

Tão logo estas vantagens tornaram-se visíveis em próteses sobre dentes, as restaurações sobre implantes foram também avaliadas com os mesmos princípios (componente protético com término em zero)4, inclusive com infraestrutura em zircônia5,6. Este desenho de intermediário é conhecido como IBOPT (Implant Biologically Oriented Preparation Technique). 2

O dinamismo desta linha de término pode ser considerada como uma das principais vantagens deste preparo/desenho. Durante a confecção da coroa, seja provisória ou final, o profissional poderá posicionar o início da restauração de acordo com a necessidade e mais próxima a anatomia natural possível (ex. com as faces proximais posicionadas coronalmente em relação às faces vestibular/lingual). Ao contrário dos componentes com término “prato”, a restauração não é obrigada a seguir sua linha preestabelecida pela indústria, esta raramente condizente com a melhor representação anatômica do orgão dentário.

Esta configuração é uma possibilidade presente em todos os componentes protéticos do Sistema Arcsys, possibilitando liberdade ao cirurgião-dentista e ao protético em decidir pelo posicionamento do término, ou seja,  em qual nível a peça protética será iniciada/finalizada. O prognóstico das reabilitações é melhor assegurado, inclusive com procedimentos menos invasivos7, pois se consegue acompanhar a morfologia dos tecidos peri-implantares. Desta forma, há a oportunidade dos mesmos adquirirem uma conformação mais espessa, favorecendo a sustentação dos tecidos moles, principalmente em área de COL preservando cristas ósseas interproximais e papilas.

Com esta técnica pode-se atingir uma estabilidade marginal no médio e longo prazo. Incrementa-se o alcance estético da restauração, uma vez que a estabilidade marginal dos tecidos é uma das maiores preocupações dos reabilitadores em implantodontia e compõe um dos principais quesitos da resposta estética esperada.

Outro benefício que está relacionado com a ausência do “prato” ou término para assentamento da coroa pré-definido é uma melhor performance mecânica da coroa. Uma vez que as forças mastigatórias são transferidas para as coroas protéticas. Estas forças têm a distribuição das tensões resultantes na coroa de maneira mais satisfatória. Com o apoio da coroa protética deslocado para porção superior do pilar ou munhão e suas respectivas paredes, a região de término da peça não sofrerá compressões desnecessárias, que pela sua diminuta espessura poderia induzir a trincas e fraturas da mesma, fenômeno este também material dependente.

Estas características transformam todos os componentes protéticos do Sistema Arcsys em pilares anatômicos em potencial, principalmente em região anterior aonde sempre é requerida uma maior preocupação com a estética branca (dentes) e vermelha (mucosa). Ainda, existe a vantagem de não precisar ter maior estoque de peças, pois o mesmo componente pode ser utilizado com ou sem o término dinâmico (IBOPT) ficando cada profissional com o poder da decisão.

REFERÊNCIAS

  1. Loi I, Di Felice A. Biologically oriented preparation technique (BOPT): a new approach for prosthetic restoration of periodontically healthy teeth. Eur J Esthet Dent 2013; 8: 10–23.
  2. Canullo L, Cocchetto R, Loi I. Remodelagem Óssea Peri-implantar: Bases Científicas e Implicações clínicas. 1a ed. 2012.
  3. Carnevale, G. ; Febo, G. ; Fuzzi M. A retrospective analysis of the perio-prosthetic aspect of teeth re-prepared during periodontal surgery. J Clin Periodontol 1990; 17: 313–316.
  4. Sola-Ruiz M, Del Rio Highsmith J, Labaig-Rueda C, Agustin-Panadero R. Biologically oriented preparation technique (BOPT) for implant-supported fixed prostheses. J Clin Exp Dent 2017; 9: 603–607.
  5. Poggio CE, Dosoli R, Ercoli C. A retrospective analysis of 102 zirconia single crowns with knife-edge margins. J Prosthet Dent 2012; 107: 317–321.
  6. Agustín-Panadero R, Solá-Ruíz MF. Vertical preparation for fixed prosthesis rehabilitation in the anterior sector. J Prosthet Dent 2015; 114: 474–478.
  7. Rancitelli D, Poli PP, Cicciù M, Lini F, Roncucci R, Cervino G et al. Soft-Tissue Enhancement Combined With Biologically Oriented Preparation Technique to Correct Volumetric Bone Defects: A Clinical Case Report. J Oral Implantol 2017; 43: 307–313.

 

AUTORES:

Prof. Rafael Cury Cecato,

Prof. Dr. Patricio Runnacles e

Prof. Dr. Rogério Costa Goulart

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