Se meu violão falasse…

No ritmo do dia a dia falta tempo para se dedicar a hobbies que relaxam e nos desligam da rotina, mas o professor do curso de especialização em dentística restauradora da FORP/USP, Dr. Marcelo Alves, encontra um jeitinho para sintonizar a vida de cirurgião-dentista com seu talento de músico.

Quando começou a tocar violão?

Eu tinha 13 anos de idade. Morávamos em São Paulo e a nossa vizinha era representante comercial de uma fábrica de violões populares. Eu sempre a observava carregando os instrumentos no carro e comecei a ficar interessado, até que no meu aniversário ela me presenteou com um instrumento: um violão mini, compatível com a minha idade. Meus pais, que sempre me incentivaram (e me escutaram, mesmo com qualidade duvidosa), com muito esforço contrataram um professor particular que ia até a minha casa. Fazia uma hora de aula por dia e treinava por mais uma durante toda a semana. Para dividir os custos, consegui mais dois amigos para fazer aula comigo. O curioso é que na mesma época eu jogava handebol no infantil do Esporte Clube Banespa. Dois meses depois de iniciar as aulas, resolvi me dedicar ao esporte e deixei as aulas.

E como foi o desenvolvimento musical após esta época?

Deixei de fazer aula, mas não deixei de tocar e treinar. Além do meu caderno, comecei a comprar as revistas que traziam as músicas cifradas, sendo que algumas tenho até hoje. Aos quinze anos formei uma banda entre amigos e tocamos em muitas festas do bairro. Ao mudar para Ribeirão Preto para cursar faculdade, encontrei mais alguns colegas de turma que tocavam e desde então não parei mais.

Hoje em dia, como a música participa da sua vida?

Montei um estúdio em minha casa. Pelo menos duas vezes por semana consigo tocar um pouco. A música acalma, e hoje em dia com a internet encontramos músicas cifradas com muita facilidade, facilitando o processo de descoberta das notas e adequação ao tom de voz. Até hoje toco em algumas festas e reuniões em casas de amigos onde levo os equipamentos e sempre encontro outros músicos para “fazer um som”. Para públicos maiores tivemos a oportunidade de tocar em dois festivais aqui em Ribeirão Preto, organizados pela APCD que chamava-se Odontofest music. Tive a oportunidade de tocar em um navio durante um cruzeiro para quase mil pessoas, além de um grupo de amigos que viajou conosco. Foi uma experiência incrível.

Quais suas principais influências musicais?

Sempre fui muito eclético. Gosto de música boa, independente do estilo. Nos anos 80 e 90 tocava muito rock nacional. Quando me mudei para Ribeirão, o sertanejo sempre foi presente, além da MPB típica das faculdades com os mineiros Beto Guedes, Lô Borges e o Clube da Esquina, sem contar Toquinho, Djavan e algumas atrações internacionais. Hoje tenho escutado e treinado muito Tom Jobim e toda a obra da Bossa nova.

Que tipo de instrumento você utiliza? Alguma marca de preferência?

Hoje tenho quatro violões e uma guitarra: um Jumbo Epiphone com cordas de aço, um Yamaha com cordas de nylon, um Yamaha Silent sem caixa acústica, utilizado exclusivamente para treino, e um Westone 12 cordas. A guitarra Westburn ganhei da família que me recebeu nos Estados Unidos durante intercâmbio que fiz quando tinha 17 anos. Ela foi vendida durante a construção de minha clínica, pois estava com dificuldades financeiras naquela época. Oito anos depois, consegui encontrá-la novamente e a comprei de volta. Foi uma das grandes alegrias da minha vida.

Um bom músico precisa…

Do seu momento de paz e inspiração para poder tocar aquilo que gosta e sente prazer, o que faz o sentimento sair junto com a voz e os acordes. Mas também precisa de amigos que possam tocar junto, como os professores Paulo Quagliatto, Leonardo Muniz, Paulo Vinícius Soares, Raphael Monte Alto, entre outros… enfim, meus parceiros de dentística que formam um grupo sensacional quando se encontram. Precisamos marcar um Sarau no CIOSP!

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