Retentores intrarradiculares pré-fabricados: O passo a passo da rotina clínica

É inegável que o planejamento da reabilitação de dentes anteriores tratados endodonticamente é um grande desafio. Justamente porque dentes com tratamentos endodônticos ficam mais enfraquecidos devido a alterações estruturais, como desidratação, diminuição da sua resiliência e consequente friabilidade.

Sendo assim, nesses casos, é comum a indicação de retentores intrarradiculares, independentemente da quantidade de remanescente coronário. Muito embora estudos apontem que os retentores intrarradiculares pré-fabricados em fibra de vidro não contribuam para o fortalecimento da estrutura dental, há estudos que defendem que a taxa de sobrevida e sucesso em elementos que receberam retentores intrarradiculares é mais alta do que os que não receberam.1,2

Retentores intrarradiculares são empregados com a finalidade de promover retenção e reforço para a porção coronária através da transmissão de forças.

Dentre os variados tipos de núcleos intrarradiculares, os núcleos metálicos foram durante anos os retentores de escolha.3 Além de apresentarem custo relativamente baixo e técnica simples, os núcleos metálicos fundidos possuem uma adaptação justaposta às paredes do canal radicular, o que lhes proporciona uma ótima retenção. Estudos demonstram que núcleos metálicos fundidos possuem alta resistência à fratura, entretanto, apresentam padrões de fratura irreparáveis, já que seu módulo de elasticidade é superior ao da dentina, o que pode levar à perda do elemento dentário.3-7

Dessa forma, o pino de fibra de vidro vem ganhando cada vez mais espaço e seu uso tornou-se comum na clínica diária.8 Pinos de fibra de vidro apresentam boa resistência, estética, translucidez e radiopacidade.9 Destacam-se, pois possuem módulo de elasticidade semelhante ao da dentina, o que per-mite uma melhor distribuição de tensão pela dentina radicular, diminuindo risco à fratura.4,6,10

O sistema de pinos de fibra de vidro da FGM possui uma variedade de diâmetros com suas brocas correspondentes, as quais permitem que os pinos tenham um melhor encaixe e adaptação às paredes dos condutos.4

Contudo, quando nos deparamos com condutos amplos, o uso de pinos de fibra pré-fabricados pode ser crítico.2,4,5 Nesses casos, uma camada espessa de cimento resinoso será formada. Camadas de cimento mais espessas são mais passíveis de apresentarem falhas, devido a formação de bolhas e ao aumento de tensão gerado pela contração de polimerização, responsável pelo desencadeamento de linhas de fratura, podendo levar ao deslocamento do pino devido ao comprometimento de força de união.2-5,11

A fim de evitar esse tipo de falha e garantir maior retenção nos casos de raízes amplas ou raízes com pouco remanescente, a técnica de anatomização direta  do pino de fibra de vidro com resina composta pode ser utilizada.2,10 A técnica consiste na colocação de resina composta sobre o pino de fibra para copiar o interior do canal radicular. A resina composta ocupa os espaços existentes entre a parede do conduto e o pino, deixando o conjunto justaposto às paredes, o que aumenta retenção e diminui a espessura de cimento a ser utilizada. Sendo assim, é possível obter um retentor intra-radicular com ótima adaptação, retenção e propriedades mecânicas favoráveis, conferindo longevidade ao tratamento.

Confira o caso clínico completo do Dr. Leonardo Muniz

Bibliografia:

  1. Guldener, K.A. et al. Long term clinical outcomes of endodontically treated teeth restored with or without fiber post retained single unit res-torations. Journal of endodontics,2017;43(2). 2. Clavijo,V.G.R. et al. Fracture strength of flared bovine roots restored with different intrarradicular posts. Journal of apllied oral Science, 2009;17(6):574-8. 3. Macedo, V. C., Faria e Silva, A. L., Martins, L. R.M. Effect of cement type, relining procedure, and lenght of cementation on pull out strenght of fi-ber posts. Journal of endodontics, 2010; 36 (9). 4. Faria e Silva, A. L. et al. Effect of relining on fiber post retention to root canal. Journal of Appl Oral Science, 2009;17 (6):600-4. 5. Gomes, G. M. et al. Use of a direct anatomic post in a flared root canal: a 3 year follow-up. Operative dentistry,2016; 41 (1). 6. Ferro et al. Fracture strenght of weakened anterior teeth associated to different reconstrutive tchniques. Brazilian dental Journal, 2016; 27(5):556-561. 7. Dastjerdi, R., Chaijan, A., Tavanafar, S. Fracture resistance of upper central incisors restored with different posts and cores. Restorarive den-tistry and endodontics, 2015; 40(3):229-35. 8. Grandin, S., Sapio, S. Simonetti, M. Use of anatomic post and core for reconstructive an endodontically treated tooth: a case report. Journal of adhesive dentistry, 2003; 5:243-247. 9. Livro Leonardo Muniz. 10. Gomes, G.M. et al. Evaluation of different restorative techniques for fill-ing flared root canals: fracture resistance and bond strenght after me-chanical fatigue. Journal of adhesive dentistry, 2014;16:267-276. 11. D´arcangelo C., Cinelli M., Angelis F., D´amario M. The effect of resin cement film thickness on the pullout strenght of a fiber reinforced post system. The Journal of prosthetic dentistry;98(3).
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