Novas ferramentas de reabilitação sobre implantes – Arcsys e Fluxo Digital

Autor: Prof. Dr. Patricio Runnacles

Paciente do sexo feminino, 48 anos de idade.

QUEIXA PRINCIPAL

Fazer a coroa definitiva o mais rápido possível.

INTRODUÇÃO

Uma nova era na reabilitação oral de pacientes com próteses fixas convencionais ou sobre implantes, unitárias, parciais ou totais parece estar se consolidando. Um anseio há algumas décadas sendo perseguido pelo desenvolvimento tecnológico, quer seja ainda pelo imaginário coletivo dos clínicos. Uma nova forma de transferir as informações necessárias da boca do paciente à bancada do laboratório.

No contexto da reabilitação oral as moldagens desempenham um papel essencial na confecção de qualquer tipo de prótese, uma vez que sem esta etapa quebra-se um elo na cadeia restauradora. Ainda que a moldagem convencional seja um passo corriqueiro do consultório, possui vários senões como: bolhas, rasgamentos, compressão dos tecidos, distorção do próprio material, distorção do gesso do modelo, tempo de trabalho, tempo de vazamento, necessidade de coleta ou envio, etc. Assim, seleção de moldeiras, estoque de materiais de moldagem, gesso e outros materiais, serão cada vez menos utilizados para moldar e transferir, sendo substituídos pelo fluxo digital.

Por meio de um escaneamento intraoral a coleta de imagens é feita. Com o auxílio de um software é reproduzida uma cópia digital 3D da região que foi escaneada. A partir desse momento, todo o processo de planejamento, enceramento e desenho da futura peça protética é feita no computador – muitas vezes o modelo físico não é mais necessário.

Esta nova forma de atuar: o fluxo digital, está cada dia mais presente nos consultórios odontológicos, vem para agregar maior velocidade, precisão e previsibilidade aos procedimentos restauradores, podendo oferecer diversas vantagens tanto para o clínico quanto para o paciente assim como para o laboratório de prótese, e este foi o meio escolhido para realizar as etapas de transferência da posição espacial do implante.

Neste artigo apresentamos um relato de caso em que a paciente procurou atendimento para recuperar suas funções mastigatórias e conforto na região posterior esquerda de mandíbula. Apresentamos estas novas tecnologias que foram utilizadas, como o implante Arcsys e fluxo digital.

RELATO DE CASO

A paciente, A.B. 48 anos, procurou tratamento em clínica particular na cidade de Curitiba-PR, onde foi reabilitada com um implante na região do elemento 37, recebendo então a instalação de um pilar como componente protético, para receber uma futura coroa unitária parafusada. Um provisório imediato em resina acrílica foi confeccionado utilizando o transfer sobre pilar multifuncional de PEEK como cilindro provisório. Capturado com a resina Bulk Fill Flow APS FGM.

Após o período necessário de osseointegração, com os tecidos periimplantares maduros (Fig.1) a paciente foi recebida para realizar os processos de reabilitação protética definitiva.

Fig. 1a Vista oclusal do sextante inferior esquerdo com o provisório imediato meses após a cirurgia
Fig. 1a Vista oclusal do sextante inferior esquerdo com o provisório imediato meses após a cirurgia
Fig. 1b Vista oclusal do sextante inferior esquerdo sem o provisório mostrando o perfil de emergência alcançado e pilar Arcsys instalado
Fig. 1b Vista oclusal do sextante inferior esquerdo sem o provisório mostrando o perfil de emergência alcançado e pilar Arcsys instalado
Fig. 1c Detalhe da relação do pilar com o perfil de emergência, alcançado com o provisório.
Fig. 1c Detalhe da relação do pilar com o perfil de emergência, alcançado com o provisório.

 

ESCANEAMENTO INTRAORAL

O escaneamento intraoral foi realizado no arco superior e no arco inferior com o provisório em posição, gerando os arquivos com as imagens capturadas por um scanner.

A coroa provisória foi então removida para iniciar o escaneamento do perfil de emergência criado (Fig.2), o Scan Body para pilar foi aparafusado (Fig.3) com 10µm de torque, conforme indicações do sistema Arcsys FGM e novamente feito escaneamento na região do implante (Fig.4). Para finalizar o escaneamento foram realizadas capturas de novas imagens com a paciente em oclusão.

As imagens então são renderizadas, transformadas em arquivos STL com o auxílio de softwares (Fig.5).

Fig. 2 Imagem do perfil de emergência e pilar Arcsys capturada pelo escaner intraoral (transferência do perfil de emergência digital), após renderização.
Fig. 2 Imagem do perfil de emergência e pilar Arcsys capturada pelo escaner intraoral (transferência do perfil de emergência digital), após renderização.
Fig. 2a Imagem digital dos arcos superior e inferior em oclusão, após renderização.
Fig. 2a Imagem digital dos arcos superior e inferior em oclusão, após renderização.
Fig. 3 Imagem do Scan Body intra oral para pilar, instalado em boca, vista lateral.
Fig. 3 Imagem do Scan Body intra oral para pilar, instalado em boca, vista lateral.
Fig. 3a Imagem do Scan Body intra oral para pilar, instalado em boca, vista anteroposterior e a relação com a mesa oclusal dos dentes adjacentes.
Fig. 3a Imagem do Scan Body intra oral para pilar, instalado em boca, vista anteroposterior e a relação com a mesa oclusal dos dentes adjacentes.
Fig. 4 Imagem digital do arco inferior com o Scan Body intra oral para pilar, após a renderização das imagens capturadas pelo escaneamento intra oral (“moldagem digital”).
Fig. 4 Imagem digital do arco inferior com o Scan Body intra oral para pilar, após a renderização das imagens capturadas pelo escaneamento intra oral (“moldagem digital”).
Fig. 5 Arcos superior e inferior em oclusão, arquivos STL no exocad.
Fig. 5 Arcos superior e inferior em oclusão, arquivos STL no exocad.
Fig. 5a Arco inferior, arquivo STL no exocad, selecionados gengiva artificial e pilar Arcsys com parafuso na biblioteca Arcsys.
Fig. 5a Arco inferior, arquivo STL no exocad, selecionados gengiva artificial e pilar Arcsys com parafuso na biblioteca Arcsys.

CAD/CAM

Com a captura das imagens se inicia o processo CAD (Computer Aided Design). Com os arquivos devidamente selecionados e exportados para outro software a segunda etapa CAD (Computer Aided Design) é realizada – o desenho de confecção da coroa definitiva. Como base de assentamento foi selecionado um link metálico anti rotacional na biblioteca digital do sistema Arcsys FGM Fig. 6). Foi realizada a confecção digital da coroa do segundo molar inferior (Fig. 7). Para este caso foi definida uma infraestrutura monolítica em zircônia com um cutback de 1 mm para criar espaço para maquiagem e estratificação da camada final. Com o desenho dessa infraestrutura finalizado, o TPD exporta os arquivos e inicia o processo CAM (Computer Aided Manufacturing) de fresagem da peça, posterior maquiagem e estratificação. Finalizando a coroa, esta é enviada ao consultório para prova e instalação.

Fig. 6 Arquivo STL do Scan Body em posição.
Fig. 6 Arquivo STL do Scan Body em posição.
Fig. 6a Arquivo STL do arco inferior e link metálico selecionado na biblioteca Arcsys, sobre pilar.
Fig. 6a Arquivo STL do arco inferior e link metálico selecionado na biblioteca Arcsys, sobre pilar.
Fig. 6b Arquivo STL do arco inferior e superior em oclusão e a relação do link metálico selecionado na biblioteca Arcsys, sobre pilar com o antagonista.
Fig. 6b Arquivo STL do arco inferior e superior em oclusão e a relação do link metálico selecionado na biblioteca Arcsys, sobre pilar com o antagonista.
Fig. 7 Desenho da construção da coroa para o elemento 37.
Fig. 7 Desenho da construção da coroa para o elemento 37.

CIMENTAÇÃO DO LINK METÁLICO

Para realizar a cimentação foi efetuado o jateamento de óxido de alumínio no link metálico (Fig. 8). A entrada do parafuso do link foi protegida com uma fita de teflon e as peças foram limpas com álcool 70 (Fig. 9). Uma fina camada de adesivo Ambar APS FGM foi aplicada na parte interna da coroa de zircônia (Fig. 10) e fotopolimerizado (Fig. 11). Logo o cimento Allcem Core FGM na cor A1 foi dispensado (Fig 12). Importante a remoção dos excessos antes da polimerização inicial, fotopolimerizar as bordas e aguardar a presa química do cimento dual Allcem Core FGM. Acabamento, polimento e limpeza da peça antes da instalação (Fig. 13).

Fig. 8 Imagem dos materiais utilizados para a cimentação extra oral da coroa sobre o link metálico.
Fig. 8 Imagem dos materiais utilizados para a cimentação extra oral da coroa sobre o link metálico.
Fig. 8a Imagem de dois links metálicos, o da direita após jateamento com óxido de alumínio.
Fig. 8a Imagem de dois links metálicos, o da direita após jateamento com óxido de alumínio.
Fig. 9 Imagem da proteção da entrada do parafuso do pilar com uma fita de teflon e limpeza das estruturas, interna da coroa e externa do link, com álcool 70.
Fig. 9 Imagem da proteção da entrada do parafuso do pilar com uma fita de teflon e limpeza das estruturas, interna da coroa e externa do link, com álcool 70.
Fig. 9a Imagem da proteção da entrada do parafuso do pilar com uma fita de teflon e a relação com a “chaminé” da coroa sobreposta.
Fig. 9a Imagem da proteção da entrada do parafuso do pilar com uma fita de teflon e a relação com a “chaminé” da coroa sobreposta.

PROVA E INSTALAÇÃO

A coroa provisória foi removida e a nova foi instalada (Fig. 14), feitas as avaliações necessárias de contato, cor, forma e ajustado o torque final de 10N.cm. Após proteger a entrada do parafuso com uma “bolinha” de teflon, foi realizado o fechamento da “chaminé” com uma restauração em resina composta, (Fig. 15) a Vittra APS Unique FGM. Verificam-se contatos estáticos e dinâmicos de oclusão, ajustes quando necessários e polimento final da restauração é feito (Fig. 16).

Fig. 10 Aplicação de adesivo Ambar APS
Fig. 10 Aplicação de adesivo Ambar APS
Fig. 11 Imagem artística do processo de fotopolimerização
Fig. 11 Imagem artística do processo de fotopolimerização
Fig. 12 Aplicação do cimento Allcem Core sobre o link metálico.
Fig. 12 Aplicação do cimento Allcem Core sobre o link metálico.
Fig. 13 Imagem da coroa cimentada sobre o link após acabamento e polimento, ao lado do análogo digital para modelos impressos.
Fig. 13 Imagem da coroa cimentada sobre o link após acabamento e polimento, ao lado do análogo digital para modelos impressos.
Fig. 14 Vista lateral da coroa definitiva e sua relação com o dente adjacente e antagonista
Fig. 14 Vista lateral da coroa definitiva e sua relação com o dente adjacente e antagonista
Fig. 15 Fotopolimerização da restauração de resina para fechar o acesso do parafuso na coroa sobre implante.
Fig. 15 Fotopolimerização da restauração de resina para fechar o acesso do parafuso na coroa sobre implante.
Fig. 16 Vista oclusal da coroa após ajustes e polimento final.
Fig. 16 Vista oclusal da coroa após ajustes e polimento final.

CONCLUSÃO

Conforto e previsibilidade são alguns dos ganhos com a utilização desta moderna opção de moldagem e confecção das peças protéticas durante a reabilitação oral.

O fluxo digital, ferramenta nova e oportuna, a cada dia será mais incorporado aos consultórios odontológicos. E transformando a nossa forma de relacionamento tanto com nossos pacientes, com nossos colegas e, sobretudo, com o nosso laboratório de prótese dental.

 

REFERÊNCIAS

  1. Joda, T., Zarone, F. & Ferrari, M. The complete digital workflow in fixed prosthodontics: a systematic review. BMC Oral Health 17, 124
    (2017). https://doi.org/10.1186/s12903-017-0415-0
  2. Azevedo JF, Catharino F, Zerbinat LP. O Fluxo Digital na Odontologia Contemporânea. J Dent Pub H. 2018;9(4):252-253
  3. Rafael Amorim Cavalcanti Siqueira, Renata Cimões, L. P. M. A. C. A. S. (2018). Impressão 3D na reabilitação com implantes dentários.
    ARCHIVES OF HEALTH INVESTIGATION, 7.

 

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