Dentista empregado ou dentista empresário?

Por Johnny Santana

Colaborador do OdontoJob e CEO da OdontoSolutions – Assessoria para profissionais da Odontologia

Sabemos sobre as dúvidas que surgem logo após a graduação: monto um consultório? Trabalho em parceria com outros dentistas? Faço um concurso público? Viro empregado? O que fazer? Esse é um problema enfrentado pela maioria dos profissionais da odontologia. Por isso, antes mesmo de fazer esta escolha, temos que ter uma noção básica de empreendedorismo.

Eis aqui um exemplo de palavra que muita gente acha que sabe o que significa: abrir um negócio. As dificuldades em ter sua própria clínica odontológica nem sempre justificam os benefícios de como realizar um sonho, conquistar a independência financeira ou ter mais tempo para o lazer e a família. Muitos profissionais dentistas que montam seus consultórios acabam se arrependendo depois de uma tentativa sem sucesso e aí vem o desespero de conquistar algo na área, por meio de um modelo de emprego ou que não dependam totalmente de seu empenho para o sustento da empresa/consultório, na busca de uma maior segurança.

A maioria dos dentistas tem a falsa impressão de que há mais chances de obter sucesso como empresário porque creem que é um caminho que só depende de sua habilidade técnica. Em primeiro lugar, esta competência é questionável, uma vez que as habilidades exigidas de um empresário são diferentes das habilidades exigidas somente a de um profissional técnico. Dirigir uma empresa requer amplo conhecimento em todas as áreas: Marketing, Financeiros, RH, Logística, etc. Embora você seja um dentista exemplar, seu consultório irá carecer destas outras habilidades e mesmo assim só saberá se é competente como empresário quando passar pela experiência. Em segundo lugar, a dependência de outras pessoas aumenta ao invés de diminuir, pois ele passa a depender de pacientes, fornecedores, funcionários, contador, advogado, etc.

O dentista que opta em ser empregado também tem dificuldades para fazer bem o seu trabalho. Frequentemente se vê limitado em muitas situações no exercício de sua função. Ele nem sempre pode implementar suas ideias pois se vê podado nas suas iniciativas. Quando se sobressai parece ameaçar outras pessoas, principalmente o próprio chefe. Na falta de liberdade, este tipo de profissional acaba procurando outros locais que o satisfaça ou até mesmo saem para constituir sua própria clínica. Por outro lado, comparado com a aventura de ter um negócio próprio, ele tem muitas vantagens: tem um salário fixo e garantido todo mês, além dos benefícios; pode usar o local de trabalho para se beneficiar em seus trabalhos/tratamentos, que inclui equipamentos, pessoas e conhecimento; atua num ambiente mais controlável e conhecido.

Diante das vantagens e desvantagens de ser empregado ou empresário a pergunta que faço é: Qual é a melhor opção de carreira? Empresário ou empregado? Embora cada alternativa tenha suas vantagens, nenhuma delas parece ser ideal, pois ambas têm suas restrições e problemas.

E por que não pensar numa alternativa híbrida? Não querendo dizer que você pode tocar um negócio próprio mantendo o emprego. Mas sim ser empreendedor no seu próprio trabalho. As oportunidades para aproveitar o melhor dos dois mundos estão crescendo. Se pesquisar no OdontoJob (Site especializado em vagas de emprego para profissionais da odontologia – www.odontojob.com.br)  você constatará o que estou falando. Veja quantos anúncios de emprego pedem candidatos com ‘perfil empreendedor’. Talvez agora faça sentido eu dar a definição do que é empreendedorismo: Tomar a iniciativa de conduzir um empreendimento qualquer, seja uma empresa, um negócio ou um projeto, assumindo os riscos inerentes em troca de alguma forma de recompensa.

Com isso, entendemos que mesmo há sempre espaço para empregados com espírito empreendedor. Pois a partir do momento que esquece que estará lá para cumprir seus honorários e para ganhar um dinheiro no final do mês, mas sim lembrar que estará lá para resolver problemas, para chamar para si a responsabilidade de realizar ações de valor agregado para o local de trabalho, motivado pela satisfação pelos resultados, pelo reconhecimento ou pelo simples desafio que lhe é imposto – aí sim poderá se considerar um profissional empreendedor.

Uma vez conversei com uma colega de trabalho, ao qual tive a grande oportunidade de aprender muito por conta de sua capacidade empreendedora – mesmo funcionário de uma grande empresa (FGM Produtos Odontológicos). Uma vez fiz uma pergunta a ele:

‘Porque você, com todo este potencial, competências e capacidade, não saiu da FGM para abrir o sua empresa?’ E ele respondeu: ‘Para quê? Aqui tenho a melhor equipe de profissionais técnicos à minha disposição para colaborar com minhas ideias, tenho todos os equipamentos necessários para conduzir meus projetos. Porque eu sairia deste ambiente para me aventurar no mundo lá fora?’

Deixo esta pergunta a você? Se você pensa em ter um negócio próprio, o que o levaria correr estes riscos? Por dinheiro? Pela realização profissional? Pela liberdade? E se a o local de trabalho lhe oferecesse um pouco de tudo isso, correndo menos riscos? Você ainda continuaria pensando em abrir seu negócio?

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