Sistema Arcsys, uma conexão protética estável, reversível e de fácil utilização

Ao longo dos anos, diferentes tipos de conexões entre componentes protéticos e implantes dentários osseointegráveis têm sido desenvolvidos e estudados¹, entretanto, a utilização de parafusos ainda é o método mais comum de fixação para próteses sobre implante. Exalta-se muito a reversibilidade dos sistemas parafusados, mas por outro lado, o afrouxamento ou fratura dos parafusos de fixação dos intermediários é uma complicação frequente²,³.

Entre as conexões parafusadas temos as conexões cônicas internas e as não cônicas (que podem ser internas ou externas). As conexões cônicas internas possuem menor índice de infiltração bacteriana no implante e micromovimentação quando comparadas a conexões não cônicas, o que resulta em menor índice de afrouxamento dos intermediários e maior estabilidade da crista óssea marginal ao longo dos anos⁴.

Já as conexões tipo cone morse friccionais dispensam parafusos, uma vez que a fixação dos componentes se dá pelo atrito do cone macho (componente protético) às paredes internas do implante (cone fêmea). Seu uso teve origem em um conceito da engenharia mecânica⁵, no qual a baixa conicidade das paredes (que pode variar de 1 a 3 graus) gera alta pressão de contato entre os componentes e resulta em embricamento a baixa conicidade da câmara (até 3 graus), gerando rompimento das camadas de óxidos de superfície, viabilizando a microfusão das porções ásperas, fenômeno conhecido como solda a frio⁶.

Esta conexão apresenta alta resistência à tração, entretanto, pode ser rompida por forças de cisalhamento⁷. Acredita-se que as repetidas forças exercidas durante a mastigação, quando direcionadas verticalmente ao longo eixo do implante possam intensifi car o embricamento mecânico entre os componentes protéticos e implantes, aumentando a retenção. Os estudos clínicos acerca deste tipo de conexão relatam altos índices de sucesso⁸,⁹,¹⁰.

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Fig 1. Esquema demonstrando a angulação das paredes internas e conexão do intermediário no interior do implante.
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Fig 2. Diâmetro interno de todos os implantes da linha Arcsys é o mesmo, possibilitando a utilização de um mesmo componente protético em qualquer implante do sistema.

Na busca de obtenção de uma conexão estável o sistema Arcsys foi desenvolvido com paredes internas com inclinação de 3º , sendo 1,5º em cada lado. Respeitando assim os requisitos para ser considerado uma conexão morse verdadeira, buscando eliminar intercorrências relacionadas a soltura de componentes protéticos. Para obter reversibilidade o sistema desenvolveu chaves de remoção dos componentes, que encaixam-se sobre os mesmos, permitindo o movimento de rotação que causa o cisalhamento da conexão. Assim, o sistema oferece a estabilidade do morse verdadeiro e a reversibilidade em um mesmo sistema.

O design interno dos implantes Arcsys é o mesmo para toda a linha de implantes, diferentes diâmetros e inclusive os implantes short, fazendo com que qualquer intermediário protético disponível no sistema seja compatível com todos os implantes, permitindo assim grande redução no estoque dentro do consultório. A diferença entre os diferentes diâmetros de implante se dá na espessura da parede externa.

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Fig 3. Cicatrizador e transferentes em PEEK.

Além disso, o sistema disponibiliza cicatrizadores fabricados em PEEK, que permitem a personalização com resinas e até a confecção de provisório sobre o cicatrizador. Os transferentes também são fabricados em PEEK, o que os torna multifuncionais. O transferente de todos os componentes protéticos, além de possibilitar a moldagem, pode ser customizado para ser utilizado como cilindro de proteção ou para confecção de um provisório.

 

Autor: Dr. Rodrigo Melim Ferreira

Graduado em Odontologia, Especialista em Prótese Dentária, Mestre em Odontologia e Coordenador dos cursos de Prótese Dentária no IOA e Unique Cursos.

 

Referências

¹. Gil FJ, Herrero-Climent M, Lázaro P. Implant–abutment connections: influence of the design on the microgap and their fatigue and fracture behavior of dental implants. J Mater Sci: Mater Med 2014; 25:1825-1830.

². Goodcare CJ, Kan JYK, Rungcharassaeng K. Clinical complications of osseointegrated implants. The Journal of prosthetic dentistry 1999;81(5):537-552.

³. Schwarz MS. Mechanichal complications of dental implants. Clinical Oral Implants Research 2000;11(1):156-158.

⁴. Koutouzis T, Wallet S, Calderon N, Lundgren T. Bacterial colonization of the implant-abutment interface using na in vitro dynamic loading model. J Periodontol 2011;82(4):613-618.

⁵. Hernigou P, Queinnec S, Lachaniette, CHF. One hundred and fifty years of history of the Morse taper: from Stephen A. Morse in 1864 to complications related to modularity in hip arthroplasty. Int Orthop 2013;37(10):2081-2088.

⁶. Keating K. Connecting abutments to dental implants “An Engineers perspective”. Irish Dentst 2001;:43-46

⁷. Bozkaya D, Muftu S. Efficiency considerations for the purely tapered interference fit (TIF) abutments used in dental implants. J Biomech Eng 2004;126(4):393-401.

⁸. Urdaneta RA, Marincola M, Weed M, Chuang S-K. A screwless and cementless technique for the restoration of single-tooth implants: a retrospective cohort study. J Prosthodont 2008;17:562-571.

⁹. Muftu A, Chapman RJ. Replacing posterior teeth with freestanding implant: four-year prosthodontic results of a prospective study. J Am Dent Assoc 1998;129:1097-1102.

¹⁰. Mangano C, Mangano F, Piatteli A, Iezzi G, Mangano A. Prospective clinical evaluation of 307 single-tooth morse taper-connection implants: a multicenter study. International jornal of oral & maxillofacial implants 2010;25(2):394-400.

 

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