Durante a gravidez, além da alimentação saudável, da prática regular de exercícios físicos e de boas noites de sono, a futura mamãe deve ficar atenta à saúde bucal. Há estudos em diversos países que associam a doença periodontal da mãe a partos prematuros e recém-nascidos com baixo peso, mais adiante problemas também na dentição.
Estudo pioneiro neste sentido foi realizado em 1996, pelo norte-americano Steven Offenbacher, diretor do departamento de Periodontia da Escola de Odontologia da University of North Carolina, nos Estados Unidos. As mães com patologias periodontais apresentaram risco 7,5 vezes maior de nascimentos prematuros e bebês de baixo peso do que as sem problemas gengivais.
Os pesquisadores advertem que os micro-organismos responsáveis pelos problemas periodontais da gestante podem entrar na corrente sanguínea, alcançar a placenta e o líquido amniótico, com risco de antecipar o parto.
A doutora em Odontopediatria e cirurgiã-dentista, Flávia Konishi, explica que a formação e mineralização dos dentes do bebê têm início na vida intrauterina. “Frequentemente, as alterações relacionadas à saúde bucal das crianças, inclusive dentes malformados e esmalte hipomineralizados (descolorização), tiveram origem na gravidez”, informa.
Cuidados
Flávia ressalta que o consumo de cigarros e álcool, a carência nutricional, a exposição a poluentes, as febres altas e as doenças na gestação são grandes vilões, pois prejudicam a formação saudável da dentição do bebê.
Para beneficiar a saúde do filho nesse sentido, o pré-natal odontológico é indispensável. Na consulta, a futura mamãe recebe orientações sobre o controle da placa bacteriana, por meio da escovação correta, da utilização do fio dental e uso adequado do flúor. Caso seja necessário, também pode ser iniciado o tratamento dentário.
Até os 4 anos, a criança não possui anticorpos maduros contra patologias bucais. “O contágio pode ocorrer quando ela recebe beijo tipo ‘selinho’, compartilha talheres ou quando adultos assopram a comida”, alerta a cirurgiã-dentista.
