Saiba como os alimentos afetam a saúde bucal

“Você é o que você come”. Esta é afirmação que vem sendo difundida nesta época onde as dietas, que restringem a ingestão de diferentes tipos de alimentos, alteram as refeições. Certamente, uma boa nutrição contribui para uma saúde perfeita e equilibrada, inclusive a dos dentes.

“Hoje, pouco se ouve falar dos alimentos que têm o potencial de destruir tudo o que citamos acima e também os dentes naturais, visto que o ambiente da cavidade oral é contaminado e suscetível a transformações quando na presença de determinados alimentos”, explica a dentista Dra. Vivian Farfel.

Para esclarecer as principais dúvidas que envolvem a questão da dieta alimentar e a saúde bucal, segue esta entrevista com a Dra.Vivian.

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1- A dieta pode ocasionar mau hálito? Por quê?

Resposta: Sim. De acordo com a Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas dos Odores da Boca, a halitose é um problema que atinge cerca de 30% da população. O mau hálito (halitose) é a liberação de odores desagradáveis provenientes da boca. Embora, não seja uma doença, o mau hálito é a consequência de uma alteração em alguma parte do nosso organismo e, portanto, deve ser corretamente diagnosticado e tratado.

Mau hálito possui mais de 50 causas

Há mais de 50 causas possíveis para o mau hálito. Ele pode ser consequência de alimentação inadequada e mastigação incorreta, dieta descontrolada, jejum prolongado, má higiene oral e baixo fluxo salivar. Além disso, remédios que induzem à baixa produção de saliva, como antidepressivos, medicamentos contra diabetes, problemas cardíacos e remédios para dormir, são agentes influenciadores. Sessões de radioterapia e quimioterapia, doenças provocadas pela falta de higienização, como gengivite e cárie, e o uso de prótese dental, também podem ser considerados causadores do mau hálito. Outro fator muito comum é a saburra lingual, que é um deposito de bactérias sobre a língua que pode produzir odor ruim.

2- Uma restrição alimentar pode afetar a acidez bucal e estimular o aparecimento de caries?

Resposta: Para os dentistas, existem alimentos “adesivos”, “ácidos” e “detergentes”. Esta classificação poderá ajudar na escolha de alimentos para nossa dieta alimentar. Os “alimentos adesivos” tendem a aderir aos dentes e são os responsáveis pela cárie. É um grupo composto por biscoitos, bolachas, doces e balas.

Em relação aos alimentos ácidos como abacaxi, laranja, limão, kiwi e cítricos, em geral os sucos, bebidas de frutas e refrigerantes favorecem o que chamamos de erosão ácida, que se manifesta sob a forma de “desgaste” da estrutura do dente, na região do dente próximo à gengiva, mesmo na ausência da doença cárie e em bocas bem higienizadas.

Já os chamados “alimentos detergentes” eliminam resíduos de outros alimentos que ficam aderidos à superfície dental. Nessa categoria encontram-se as frutas, os legumes e as verduras de modo geral, preferencialmente crus ou cozidos no vapor. Esses alimentos necessitam de um maior tempo de mastigação, o que promove uma autolimpeza pelo atrito do alimento com o dente. Além disso, fornecem ao organismo muitos nutrientes essenciais para o seu bom funcionamento, como as vitaminas A, B6, B12, C, D, E, K e ácido fólico.

3- Por que uma pessoa que sofre de anorexia tende a apresentar alterações na saúde dos dentes?

Resposta: O jejum prolongado ou vômito, provocado constantemente pelos pacientes com anorexia, causam manifestações bucais como: hipersensibilidade dentária, edema de glândulas salivares, problemas gengivais, aumento de incidência de cárie, erosão dentária e bruxismo. Muitas pessoas que sofrem de anorexia podem esconder o distúrbio alimentar de outras pessoas, mas é difícil mantê-lo em segredo de seus dentistas. As mudanças dentro da boca podem ser detectadas durante um exame dental rotineiro. Portanto, o dentista passa ser um dos profissionais mais indicados a detectar o problema.

4- Uma dieta alimentar para perda de peso pode afetar o equilíbrio da flora bacteriana existente na boca e estimular as doenças bucais, como gengivite e periodontite?

Resposta: Uma dieta saudável deve conter ainda vitaminas, sais minerais e fibras presentes no arroz, no feijão, no peixe, no leite e nos ovos, imprescindíveis para o bom andamento de nosso organismo. Cabe lembrar que a má nutrição e deficiências vitamínicas provocam a diminuição no fluxo salivar, gengivite e outras alterações na gengiva e no periodonto.

Se a dieta exigir jejum prolongado, isso leva a hipoglicemia e a queima de gordura, que produz gases de odores fortes. O uso de fórmulas para emagrecer, costuma provocar desidratação pelos laxantes contidos na composição e, por este motivo, leva à diminuição do fluxo salivar e formação de saburra lingual, levando ao mau hálito.

5- Existe alguma forma de evitar o aparecimento de caries, mau hálito?

Resposta: O primeiro passo é manter uma boa higiene bucal após as refeições, principalmente, antes de dormir e usar o fio dental entre os dentes. Isso ajuda a eliminar as bactérias que são a principal causa do mau hálito e das caries. Além disso, no intuito de manter a boca livre de doenças, devemos procurar ter uma alimentação balanceada, evitando alimentos prejudiciais à nossa saúde e ingerindo alimentos saudáveis.

O açúcar é o principal alimento das bactérias causadoras da placa bacteriana, que está associada ao aparecimento da cárie e ao mau hálito. Sendo assim, devemos evitar a ingestão de balas, chocolates e alimentos doces (com muito açúcar) no período entre as refeições. Já alimentos como alho, cebola, alimentos ricos em proteínas como ovos, feijão, carnes, leite, álcool, sucos cítricos e café são causadores de mau hálito.

Do outro lado, os vegetais, frutas, fibras entre outros alimentos não provocam cáries nem mau hálito. Estes alimentos são importantes para a manutenção da saúde oral. Importante também é a ingestão de dez copos de água por dia, que auxilia na higiene bucal.

Dra Vivian Farfel

Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP). Especialista em Odontopediatria pela Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP).
Atuação em traumatologia dental infantil junto ao Centro de Pesquisa e Atendimento de Traumatismo em Dentes Decíduos da Disciplina de odontopediatria na USP.
É autora de trabalhos científicos publicados em jornais e revistas do segmento, bem como apresentados em congressos nacionais e internacionais.

Fonte: VyaEstelar.com.br

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